
O gato-bravo está associado, em especial no sul da Europa, a matagais mediterrânicos, florestas e bosques caducifólios ou mistos e, marginalmente, a florestas de coníferas. As zonas rochosas parecem ser um micro-habitat preferido. Em geral, as regiões ocupadas por gatos bravos caracterizam-se por densidade humana reduzida. As áreas de agricultura intensiva parecem ser evitadas. Estudos locais sobre a selecção do habitat desta espécie, inclusivamente em Portugal, revelaram preferência por bosques associados às linhas de água e uma elevada frequência de pinhais que parecem ser bons locais de repouso. Os prados parecem estar associados à actividade nocturna, possivelmente de caça de micromamíferos e coelhos.
O gato-bravo não parece ser uma espécie especialista, apresentando variações regionais na sua dieta. Os roedores parecem ser a base da sua dieta na área geral de ocorrência; no entanto o coelho-bravo surge por vezes como a principal presa, enquanto que as aves parecem ser de importância secundária. Estudos locais em Portugal indicaram também os roedores e os lagomorfos como as principais presas, tendo-se registado ainda a presença ocasional de reptéis e insectos e mais raramente artiodáctilos (corço, javali e gado), o que pode indiciar necrofagia.
A maturidade sexual dos gatos bravos é de 10-12 meses nas fêmeas e 9-10 meses nos machos. A época de acasalamento é no Inverno, entre Janeiro e Março; em Portugal talvez se inicie mais cedo, tal como os nascimentos das crias, referidos, na sua maioria, para Maio. O tempo de gestação é de 63 a 68 dias. As crias ficam com a mãe até aos 4-5 meses mas podem não se tornar independentes até aos 10 meses. Os machos podem ser sexualmente activos de Dezembro a Julho mas as fêmeas só excepcionalmente podem ter duas ninhadas num ano. O nº de crias por ninhada é de duas a quatro, geralmente duas.
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